14/01/2011

Educação é um desafio


Gazeta de Cuiabá, 14/01/2011 - Cuiabá MT 
Educação é um desafio 
Editorial
Muito se fala que o ensino público brasileiro é de baixa qualidade. Que grande parte dos estudantes que chegam às faculdades por esse caminho tem dificuldades para se preparar e adentrar no mercado de trabalho. Ou seja, que o ensino público pouco prepara o jovem para chegar ao banco de uma universidade. Esse fato é verdadeiro e o país ainda precisa avançar muito para melhorar a qualidade da educação. Porém, o ensino superior também precisa avançar. E isso é necessário não apenas nas chamadas faculdades públicas, mas também nas privadas, que cobram caro e boa parte deixa a desejar em termos de qualidade do ensino. 

Essa realidade foi apontada no último Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador que avalia a qualidade do ensino oferecido a partir da nota obtida pelos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a titulação e o regime de trabalho do corpo docente e a infraestrutura oferecida. Os resultados 1 e 2 são consideradosinsatisfatórios; 3, razoável;
e 4 e 5, bons. Esse indicador revela que quase 34% dos cursos superiores avaliados em 2009 pelo Ministério da Educação (MEC) obtiveram resultado insatisfatório. Ao todo, 1.696 graduações tiveram nota 1 ou 2 no CPC, em uma escala de 1 a 5. 

Em 2009 foram avaliadas 6.804 graduações em administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências contábeis, economia, comunicação social, design, direito, estatística, música, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teatro e turismo, e os cursos superiores de tecnologia em design de moda, gastronomia, gestão de recursos humanos, gestão de turismo, gestão financeira, marketing e processos gerenciais. Vale destacar que maioria dos cursos (51,47%) foi considerada razoável, obteve nota 3. Apenas 15% atingiram CPC 4 e 5. Dentro do processo de regulação, todos os cursos com nota inferior a 3 serão visitados por comissões de supervisão do MEC. A partir do diagnóstico, pode ser firmando um 
protocolo de compromissos com medidas para sanar as deficiências como redução das vagas e proibição de novos ingressos. 

Apenas 5,5% dos cursos avaliados em 2009 pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) alcançaram nota máxima. Nessa avaliação, 15 instituições de ensino superior que tiveram avaliações ruins do Ministério da Educação nos últimos três anos estão impedidas de aumentar o número de vagas e de cursos. Entre elas duas são de Mato Grosso, a Unirondon e a Univag. A situação aponta para a necessidade de avançar mais, desde a educação infantil até a universidade. A educação é e sempre será uma prioridade para qualquer governo. Porém, isso na prática e não na teoria e nos discursos. Melhorar a educação é um desafio já admitido pela presidente Dilma Rousseff. Resta saber se esse desafio será vencido com investimentos dos diferentes fases da educação, valorização do professor, entre outras melhorias tão necessárias.

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