04/03/2011

O mal do fumo na escola – o professor como exemplo

O mal do fumo na escola – o professor como exemplo




Cigarro é dependência. Não é escolha. Escolhe-se começar. No entanto, depois de virar mais uma das vítimas do tabagismo, o fumante pouco consegue fazer para controlar a constante necessidade que seu corpo sente em relação às substâncias presentes no tabaco. Como em todo vício, poucos dependentes têm a sorte de poder escolher quando e onde vão fumar. O que acaba levando o mal do cigarro para o lugar que mais representa a disciplina e a ordem: a escola.



Aluno na escola aprende a ser cidadão. Aprenda a construir a vida. Aprende a seguir bons exemplos e a conviver em sociedade. Como fazer, porém, se esses exemplos acabam sendo invertidos? Acontece que a escola, assim como qualquer outro ambiente, também tem sido palco para o cigarro. Alguns professores dependentes fumam na escola, no horário vago, em locais menos movimentados. Aluno dependente, apesar de raramente, também fuma na escola.





Especialistas e entidades têm discutido exatamente novos meios de reverter a presença do cigarro na escola. “A escola precisa mudar de atitude. A mídia é muito forte. Tudo induz o tempo todo. Falta começar a conscientização desde cedo. Começar de casa é sempre mais difícil. Por isso, a escola não só deve sensibilizar a criança como, consequentemente, os pais. Aí a criança cobra o pai e todo mundo”, explica a enfermeira Lílian Ottero.

O papel do professor como exemplo pode ajudar o aluno, quer ele (o professor) seja um fumante ou não. Se não for, pode normalmente trabalhar o assunto do tabagismo em aula e incluir em quase todas as disciplinas assuntos que façam os alunos questionarem e entenderem o real perigo que o cigarro representa. Se, por outro lado, o professor é fumante e acaba sendo visto pelos alunos, pode usar a própria vida como exemplo para falar dos males e de toda a dificuldade que passa como dependente do tabaco.

O programa Saber Saúde, do Ministério da Saúde, elaborado pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), tem unido pedagogia e criatividade em prol da informação contra o tabagismo dentro de sala de aula. O projeto consiste em capacitar professores e funcionários da escola por um dia inteiro para usar o tema do tabagismo em diversas atividades na escola a fim de informar e conscientizar o aluno. “O público-alvo são professores”, define Lílian. Mas o importante mesmo é incluir a família e a comunidade no programa. “Os professores aprendem os fatores de risco do câncer. Levamos um oncologista que explica o que é câncer, o que o cigarro provoca no organismo, além de ensinar a parte metodológica sobre como aplicar com os alunos. Entregamos um material bem elaborado para os professores trabalharem com eles”, explica a Pedagoga Cecília Nahm, que faz parte do projeto, em Petrópolis.

Depois de sugestões e treinamento feito pelos participantes do projeto, professores e funcionários aplicam o conhecimento com as crianças em todas as disciplinas, seja Matemática (comparando gastos com o cigarro e gastos com lazer), em Biologia (explicando a real atuação da nicotina no organismo), em História (contando como o tabaco foi descoberto e o mal que ele causa hoje) etc.

O papel do professor como exemplo contra o tabagismo dentro de sala de aula pode ir além do ato de não fumar. O professor deve ver o aluno como multiplicador. Se for possível transformar o aluno em um adulto não fumante em potencial ou fazer com que ele divulgue todas as informações em casa e na comunidade, já é possível declarar vitória. O que importa é incentivar o aluno a participar da briga contra o tabagismo convencendo-o de todo o perigo que este representa para o mundo e instigando-o a ser uma peça importante no combate ao fumo.





FONTE: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=357

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